quarta-feira, 17 de julho de 2013

Abaixo-assinado EM DEFESA DO CENTRO CULTURAL PRO ARTE TERESOPOLIS - Nós assinamos e apoiamos!

O foco do blog é divulgar eventos culturais que acontecem em Teresópolis, mas levando em consideração que, não havendo espaços culturais, não tem como acontecer tais eventos, acredito que é mais do que um dever do blog divulgar o abaixo-assinado que está rolando em defesa do Centro Cultural Pro Arte, que fica no campus da Feso, no Alto, e está sendo ameaçado para entrada do Curso de Engenharia.

Leia abaixo a explicação da Solange Bastos sobre o que está acontecendo na Feso Pró Arte:


"AMEAÇA À PRÓ-ARTE DE TERESÓPOLIS
Solange Bastos*

SALA DE DANÇA É DESMONTADA PARA DAR LUGAR A PRANCHETAS DE ENGENHARIA. 
EM BREVE TODAS AS ATIVIDADES CULTURAIS ESTARIAM EXPULSAS DO PRÉDIO. 
MOBILIZAÇÃO DOS ALUNOS CONSEGUE SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DA OBRA. 
É HORA DE NEGOCIAR E EXIGIR O CUMPRIMENTO DA LEI.

No passado, FESO salvou Pró-Arte da falência

Quando a Fundação Educacional Serra dos Órgãos assumiu a Pró-Arte – Fundação Comendador Theodor Heuberg, que marcou época no cenário cultural a partir da década de 1950 – assumiu formalmente a missão de dar continuidade à vocação da instituição, promovendo atividades, cursos e eventos culturais. Naquele momento, há quase 20 anos, o acervo da instituição encontrava-se dilapidado, com o desaparecimento de instrumentos musicais, documentos de raro valor - como partituras originais autografadas - e até móveis. Foi um desfecho feliz para a vida cultural da cidade.

Nos últimos anos, porém, à medida que a FESO enfrentava problemas financeiros, foi progressivamente ocupando o prédio da Pró-Arte para aí funcionarem novos cursos. A construção do auditório, prevista na planta e já com as escadas de acesso prontas, jamais saiu do papel, apesar das promessas. Até hoje os concertos musicais, palestras e demais eventos usam a instalação de um palco improvisado no saguão do prédio. Os pianos que sobraram, sem conservação, estão espalhados pelos corredores. Mas uma sala ganhou melhorias: a sala de dança, com seu piso de ipê e sistema de amortecimento, no padrão do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. 

Piso especial seria destruído por pranchetas

Pois é essa sala de dança que começou a ser desmontada há poucos dias, para a colocação de 50 pranchetas a serem usadas pelos alunos do curso de Engenharia de Produção, em processo de legalização pelo MEC, cuja vistoria é aguardada a qualquer momento. Os cursos regulares de dança clássica já haviam sido retirados sumariamente no final do ano passado, sem muitas explicações. Mas a sala continuava a ser utilizada nas aulas de outros tipos de dança, yoga e alongamento, que fazem uso das barras, dos espelhos e do piso apropriado.

Paralelamente, os alunos do Centro Cultural foram comunicados de que perderiam no próximo ano letivo as demais salas do andar térreo da Pró-Arte, a serem transformadas em salas de aula das novas carreiras de Ciência e Tecnologia da FESO, priorizadas pela instituição por sua rentabilidade. Em substituição seriam construídas quatro salas no atual estacionamento do prédio, para aí funcionarem os ateliês de tecelagem e gravura, além de uma sala de ginástica. Nenhuma solução foi proposta para os cerca de 20 cursos que já existiram no Centro Cultural, como cerâmica, pintura, cursos de idiomas, etc. Além disso, tal construção só ocorreria no final do ano, no improvável prazo de três meses, com os questionáveis recursos que declaram não possuir atualmente para providenciar uma sala alternativa à de dança para a colocação das tais pranchetas do curso de Engenharia. 

A Pró-Arte é um patrimônio cultural de Teresópolis e do país, a ser revitalizado e protegido, como a lei prevê e garante. Ao esvaziar as suas dependências para dar lugar a salas de aula de cursos que nada têm a ver com a sua vocação, a FESO não apenas desrespeita o compromisso assumido junto ao Ministério Público, quando ganhou a ação que retirou da Prefeitura da cidade a administração do espólio da Pró-Arte, mas também trai a sua própria vocação de fundação educacional.

Assembleia consegue suspensão da obra

No último dia 11 de julho, em reunião na Pró-Arte, a Reitora da FESO Verônica Santos Albuquerque, o Pró-Reitor Acadêmico José Feres Miranda e o Diretor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Alexandre José Cadilhe Jácome, assumiram com a assembleia de alunos o compromisso de suspender imediatamente o desmonte da sala de dança, para permitir a discussão sobre uma alternativa, não apenas quanto à sala de dança mas do uso de todo o andar térreo do prédio pelas demais atividades do Centro Cultural. 

Estabeleceu-se, igualmente, o propósito de se criar um canal permanente de discussão entre as instâncias acadêmicas e o alunado quanto à prática das diferentes atividades culturais e da sua revitalização, o que pressupõe novas políticas de parcerias com instituições locais, estaduais e federais, além da proposição de projetos que possam usufruir de incentivo fiscal para o incremento de tais atividades.

A direção da FESO manifestou seu empenho em manter o canal de diálogo com representantes escolhidos pela assembleia segundo as diferentes atividades culturais, para que se supere a atual crise e não se repitam decisões unilaterais aplicadas de forma autoritária, sem consulta às partes interessadas.

Além dos alunos, estiveram presentes e participaram ativamente da reunião o Subsecretário de Cultura e integrante do Conselho de Cultura da cidade Arnaldo da Silva Almeida, o professor e historiador Carlos Artur Esteves Gomes dos Santos, integrante do Fórum de Cultura, professores, artistas, jornalistas e cidadãos em geral mobilizados pela ameaça ao patrimônio cultural da cidade.
Convocou-se uma próxima reunião na próxima terça-feira dia 15 de julho, às 16 horas, no saguão da Pró-Arte, para o detalhamento das alternativas às medidas anunciadas, a serem consideradas do ponto de vista técnico, legal e cultural"

Quem puder comparecer à reunião, terça-feira, às 16 horas, será uma grande ajuda.
Para defender o nosso patrimônio, assine o abaixo assinado clicando aqui.

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